segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O CASAMENTO MARGINALIZADO



Por que esta tendência ameaça a sociedade

Por padre John Flynn L.C.
ROMA, domingo, 18 de setembro de 2011 (ZENIT.org) – Conclusões de um relatório recente sobre o casamento desenham uma situação preocupante.
Em agosto, o Instituto Brookings de Washington publicou o estudo "A Marginalização do Matrimônio na América da Classe Média", sobre o estado civil de 51% dos adultos jovens que terminaram o ensino médio mas não têm estudos universitários.
O casamento goza de boa saúde entre os norte-americanos universitários mais ricos, que costumam casar antes do nascimento do primeiro filho. O informe indica que os divórcios neste grupo desceram a um patamar comparável ao do começo dos anos 70.
Os autores do estudo, W. Bradford Wilcox e Andrew J. Cherlin, observam que a história é bem diferente no grupo com menos estudos, que apresenta situações mais frequentes de uniões informais e divórcios. "O distanciamento do matrimônio, que começou nas comunidades de baixa renda nos anos 60 e 70, agora afeta a América de classe média".
Nos últimos anos, as mulheres norte-americanas com estudos médios tinham sete vezes mais probabilidades de ter um filho sem estarem casadas do que as mulheres com estudos universitários. Em geral, 44% das mães que cursaram só o ensino médio têm filhos sem estarem casadas.
O aumento dos nascimentos em casais unidos informalmente é motivo de preocupação, porque o estudo também aponta que as crianças crescem melhor em famílias casadas.
É que as relações informais são bem menos duradouras: 65% dos filhos destas relações assistem à ruptura entre os pais antes de chegarem aos 12 anos. Esta porcentagem cai a 24% entre as crianças nascidas no casamento.
Causas
O relatório cita como causas do fenômeno tanto fatores culturais quanto econômicos. O mercado de trabalho para homens com educação média se deteriorou de modo considerável, restando-lhes hoje cargos menos estáveis e salários mais baixos do que há uma geração.
Ao mesmo tempo, há uma percepção geral de que é necessário um bom trabalho e boa renda para casar, o que torna as uniões informais uma alternativa de “espera” enquanto se acha um trabalho adequado.
O estudo recorda que, durante a Grande Depressão dos anos 30, as penúrias econômicas não levaram a mudanças importantes da vida familiar. E dá então relevância a três grandes mudanças de tipo cultural.
Em primeiro lugar, mudou a atitude quanto ao sexo e aos filhos fora do casamento. Este comportamento é muito mais aceito hoje, o que, combinado aos anticoncepcionais, enfraquece enormemente os valores familiares tradicionais. As mulheres solteiras com renda baixa costumam ter filhos mesmo assim, em vez de esperarem uma situação melhor que poderia implicar o risco de não terem filhos. Esta mentalidade se estendeu às mulheres com educação média.
Em segundo lugar, houve uma queda significativa na participação religiosa entre os membros da classe média norte-americana. Em comparação com os anos 70, a prática religiosa semanal desceu de 40% para 28%.
Em terceiro lugar, o marco legal da vida familiar sofreu uma reorientação. Com a aprovação do divórcio sem causa, passou-se do apoio ao compromisso matrimonial à ênfase nos direitos individuais.
Mudança
Mudar a tendência às uniões informais e aos altos índices de divórcio não é tarefa simples, admite o relatório. Entre as medidas sugeridas para a América do Norte:
- Proporcionar melhor formação às pessoas com estudos médios, para terem acesso a trabalhos melhores e mais estáveis.
- Mudar a forma dos benefícios sociais, que hoje penalizam o matrimônio porque os casais unidos informalmente perdem a ajuda econômica depois que se casam.
- Aumentar os descontos de impostos para as famílias com mais filhos.
- Mudar as atitudes culturais com campanhas semelhantes às de combate ao tabagismo e ao uso de álcool por motoristas.
- Investir em programas educativos para crianças pobres em idade pré-escolar para aumentar as expectativas de emprego das gerações futuras.
- Reformar as leis do divórcio para mitigar as consequências do divórcio sem causa, incluindo programas de educação obrigatória e períodos de espera para os casais com filhos.
Casualmente, um dos autores do estudo Brookings trabalhou em outra publicação sobre o casamento, divulgada um pouco mais tarde. O diretor do National Marriage Project, W. Bradford Wilcox, junto com outros dezoito estudiosos da família, publicaram a terceira edição do informe "Por que o Casamento Importa: 30 Conclusões das Ciências Sociais".
Segundo o informe, a família biológica e casada continua sendo o marco privilegiado da sociedade, e o matrimônio traz benefícios à economia, à saúde e à educação.
A boa notícia deste relatório é que o divórcio caiu a níveis parecidos aos do começo dos anos 70. A notícia ruim é que esta melhora se deve em parte ao aumento das uniões informais. Isto significa que hoje é mais provável uma criança nascer de pais não casados do que vê-los divorciar-se.
Só 55% dos que tinham 16 anos na década de 2000 viviam com ambos os pais, em comparação com os 66% de vinte anos antes.
A falta de estabilidade dos casais de fato tem um impacto negativo nas crianças, segundo o relatório. As crianças têm o triplo de probabilidades de ser objeto de abuso nas famílias de fato do que em lares intactos, com seus pais biológicos casados. São também comuns o consumo de drogas, os problemas na escola e o mau comportamento.

PAPA INCENTIVA CASAIS A SER REFERÊNCIA PARA FILHOS



Em sua mensagem aos participantes do Dia Mariano da Família

TORRECIUDAD, segunda-feira, 19 de setembro de 2011 (ZENIT.org) – Bento XVI incentivou os esposos a “não desanimar em seu empenho de ser referência para os seus filhos, que precisam descobrir, na constância e no senso do dever, o rosto do verdadeiro amor”.
Ele o fez por meio de uma mensagem enviada aos cerca de 16 mil participantes do 22º Dia Mariano da Família, realizado no último sábado, no santuário de Torreciudad, na província espanhola de Huesca.
O Papa também exortou as famílias a serem, “na sociedade atual, sinal de esperança”, segundo um comunicado do santuário mariano, cujo trabalho pastoral é confiado ao Opus Dei.
O arcebispo de Madri e presidente da Conferência Episcopal Espanhola, cardeal Antonio María Rouco Varela, presidiu o evento.
Em sua homilia, afirmou que “a vida é uma história belíssima e ao mesmo tempo dramática, na qual é preciso ensinar os filhos a lutar, a superar-se, a caminhar vencendo as insídias do mal”.
“E a vitória consiste na santidade, a verdadeira vocação do homem”, acrescentou. Para esta tarefa, o cardeal incentivou a “confiar em Nossa Senhora, nesse amor terno e maternal de Maria, que nunca nos abandona, ela que é Mãe da Graça e da Misericórdia”.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

“FAMÍLIA SEM FUTURO É SOCIEDADE SEM FUTURO”


HERTFELDER: 


Entrevista com o presidente do Instituto de Política Familiar
EDUARDO HERTFELDER

MADRI, quinta-feira, 15 de setembro de 2011 (ZENIT.org)– A Espanha registrou, em 2010, três rupturas em cada quatro casamentos. 
O Instituto de Política Familiar alertou recentemente que, se continuar a tendência a aumentar o número de rupturas familiares e diminuir o número de casamentos, em breve haverá tantas rupturas quanto casamentos.
Seu presidente na Espanha, Eduardo Hertfelder, adverte, na seguinte entrevista concedida a ZENIT, que o país avança rumo a uma “sociedade egoísta e individualizada”. “Famílias fortes e estáveis geram uma sociedade forte e estável; família sem futuro é sociedade sem futuro”, afirma.
ZENIT: Dentro de alguns anos, realmente poderia haver, na Espanha, tantas rupturas como casamentos?
Eduardo Hertfelder: A tendência é que cada vez haja menos casamentos. Passamos de 220 mil a 170 mil nos últimos 20 anos.
 Desde 2000, perdemos 45 mil casamentos. Por outro lado, está aumentando a ruptura familiar como os divórcios.
Portanto, neste momento, já estamos falando de 170 mil casamentos e 125 mil rupturas.
Se estas duas tendências não diminuírem – ou seja, se diminuírem os casamentos e aumentarem as rupturas –, as duas linhas vão convergir. De fato, nas Canárias já houve mais rupturas que casamentos em 2010.
ZENIT: Que consequências tem o aumento da taxa de ruptura por casamento?
Eduardo Hertfelder: Consequências nefastas para os cônjuges: a ruptura produz um drama, causa problemas psicológicos, entre outros fatores.
É um drama para os filhos, que passam a viver em famílias desestruturadas. Os estudos nacionais e internacionais indicam que os maiores prejudicados são os filhos.
A partir desse momento, os filhos começam a ver que a fidelidade, a entrega, o sacrifício não têm validez, porque as pessoas que mais amam – seus pais – não o viveram, e não consideram que estes serão valores para transmitir amanhã a outra pessoa.
Se não viveram nem a fidelidade, nem a entrega... não o farão amanhã, quando tiverem um projeto de vida.
Depois, isso traz consequências negativas para a sociedade, porque vamos vivendo em uma sociedade mais desestruturada, mais individualista, na qual, não tenho relações, porque as famílias estão destruídas, acabo me preocupando mais comigo mesmo, uma sociedade mais egoísta.
Caminhamos rumo a uma sociedade com problemas para os pais, os filhos e a sociedade, uma sociedade egoísta e individualizada.
ZENIT: Em sua opinião, a que se deve esta tendência?
Eduardo Hertfelder: Há muitas causas e seria muito simplista reduzi-la a uma só causa.
Em primeiro lugar, está a causa de tipo cultural: transmitiram-se ideias que penetraram, como a de que, diante da crise, a única solução é a ruptura; não existe o dar-se uma segunda oportunidade.
Foi-nos transmitido também que a fidelidade e a indissolubilidade são uma utopia, que o casamento é uma questão de afetividade exclusivamente e, quando acaba, posso mudar, que é um contrato, que em um dado momento posso anular.
De fato, atualmente, na Espanha, é mais fácil anular este contrato matrimonial que o contrato com uma operadora de telefones celulares.
É preciso permanecer 18 meses em fidelidade a uma companhia telefônica, por exemplo, enquanto, com a lei do divórcio expresso, a pessoa pode se divorciar em três meses.
Além das causas de índole cultural, existem as de índole jurídica: na Espanha, não há lei de família, de prevenção e mediação familiar, nem de natalidade, mas sim uma lei que potencia a ruptura.
Não temos legislações de apoio à família, mas regressivas, legislações antifamiliares.
Na Espanha, há problemas estruturais, laborais, há um déficit de conciliação de vida familiar e laboral, em que os horários de trabalho são cada vez mais longos.
Frequentemente, os dois cônjuges trabalham, chegam tarde a casa e não há tempo para comunicar-se com os filhos nem entre eles; há uma falta cada vez maior de comunicação no casal.
Por outro lado, existem questões de índole econômica: a Espanha é o país – dos 27 países da União Europeia – que menos ajuda a família, em todos os sentidos: econômico, estrutural, de leis, de medidas etc.
Em conclusão, causas culturais e de cunho legislativo, econômico e trabalhista estão incidindo em que haja cada vez menos casamentos e mais rupturas.
ZENIT: Que propostas existem para lutar contra esta tendência?
Eduardo Hertfelder: Incidir, em primeiro lugar, na derrogação da lei do divórcio expresso, pelo seu caráter regressivo, e potencializar os centros de orientação familiar seriam as duas grandes medidas.
Uma lei tem de resolver problemas, mas o que fez, em apenas cinco anos, foi duplicar o número de divórcios na Espanha, passando de 50 mil a 100 mil.
É uma lei absolutamente má. Não tem comparação em todo o mundo ocidental, porque introduz três características: a possibilidade do divórcio, de forma unilateral, sem nenhuma causa imediata. Legalizou-se o direito ao repúdio na Espanha.
Com relação aos centros de orientação familiar (COF), eles ajudam as famílias a superar os conflitos. Mas, até agora, com exceção dos centros de iniciativa privada, como os COF diocesanos, houve um descuido no âmbito público, de administração.
Foram ignoradas as recomendações do Conselho da Europa, que leva mais de trinta anos instando a criar tais organismos.
ZENIT: Por que lutar pelo casamento?
Eduardo Hertfelder: Porque é a base da sociedade. Pensemos somente em uma sociedade sem família, sem casamentos: seria uma sociedade de indivíduos solitários, amorfa, na qual não haveria relação entre as pessoas e somente o Estado educaria, legislaria e determinaria o que é bom ou mau, segundo OS seus interesses.
A história demonstra que a família é a célula básica da sociedade, a que transmite vida, a primeira escola. A primeira coisa que uma criança diz é “papai” e “mamãe”; ela não diz “Zapatero” ou “Aznar”.
Na família, ensinam-se os valores, as virtudes, a generosidade, a entrega, a doação e, graças a isso, se aprende a estar na sociedade.
Dizer família é dizer futuro; sem ela, não haveria futuro nem sociedade. Famílias fortes e estáveis geram uma sociedade forte e estável. Família sem futuro é sociedade sem futuro.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

NAMORO E CASAMENTO


Namorar com os olhos no futuro

Para evitar surpresas desagradáveis no casamento


Apesar do tempo de convivência entre os namorados, algumas pessoas se sentem inseguras em assumir o compromisso conjugal com quem se dizem apaixonadas.

Hoje, ninguém é obrigado a se casar por troca de dotes ou porque foi prometido pelos pais conforme seus interesses. Tampouco somos obrigados a assumir um compromisso tão sério, simplesmente porque o nome da pessoa foi “revelado” numa simpatia ou porque “sentimos” que esta é a pessoa que Deus nos tinha reservado como esposo (a).
Eu acredito que a vocação ao matrimônio é uma ação de Deus, mas a escolha da pessoa com quem vamos realizar o cumprimento desse chamado depende exclusivamente de nós. Pois, considerando a plena liberdade concedida por Ele a todos, seria uma incoerência considerar que essa liberdade se exclui quando se tratasse da vocação ao casamento.


Antes de fazer qualquer opção, há a necessidade de o casal identificar  se o (a) namorado (a)  com quem se relaciona o (a) faz feliz na maneira como se vive ainda em tempos de namoro. 
Para evitar surpresas desagradáveis no casamento, o namoro nos garante um período em que nos empenhamos para descobrir se a pessoa com quem estamos convivendo manifesta sinais de viver um mesmo propósito de uma vida em comum.

Ainda que não tenhamos, neste relacionamento, a certeza de que o (a) namorado (a) será o (a) futuro (a) esposo (a), somos convidados a fazer pequenas renúncias em favor do outro enquanto convivemos.
Para garantir a felicidade almejada, os casais precisam reavaliar seus propósitos, especialmente se percebem que o (a) namorado (a) tem hábitos muito contrários àqueles que consideram importantes para o convívio a dois. Tais como: a espiritualidade ou a completa falta dela; a relutância ao diálogo; a falta de disposição para o trabalho; o descaso com os compromissos ou, em alguns casos, até a falta de cuidados com a higiene pessoal, entre outros. 
Entretanto, o pior defeito é aquele em que a pessoa não manifesta desejo de viver as adaptações exigidas no relacionamento. Entre elas inclui-se o desinteresse em desenvolver também o hábito da reconquista, pois sabemos que nem somente de beijos e abraços se faz o namoro.
Com os olhos voltados para o futuro do relacionamento, seria um erro alguém se decidir pelo casamento acreditando que depois de casados a pessoa vai viver as mudanças detectadas, as quais precisam ser trabalhadas já nesse tempo.

Alguns namorados assumem o compromisso do casamento, mas insistem em viver tudo aquilo que fazia parte da sua antiga rotina de solteiros. 
Cedo ou tarde, isso não será fácil de assimilar, pois, na vida conjugal, outras responsabilidades e afazeres vão surgir, exigindo mais atenção e disposição daquele que se mantinha fechado às mudanças.
Se amar é dedicar-se à conquista do outro dia após dia, o casal de namorados precisará aprender a trabalhar também em suas diferenças, assim como nas reivindicações manifestadas pelo outro.
 Essas e outras adaptações têm como objetivo lapidar aqueles hábitos e/ou comportamento que não agradam ao outro, a fim de que o namoro amadureça. 
Assim, o casal chegará à conclusão de que aquela pessoa com quem se relaciona traz virtudes que correspondem aos interesses comuns para viver o vínculo do matrimônio.

Temer por ficar solteiro, apegado a comentários a respeito da idade ou coisa parecida ou ainda não falar das coisas que não agradam, simplesmente por medo das reações do outro, não traz crescimento algum para o convívio a dois.

Será um risco para o casamento se o casal, mesmo conhecendo os erros e entraves do namoro, assume, ainda assim, o compromisso conjugal, pois é com essa pessoa – juntamente com todas as suas tendências e vícios que ela traz consigo – que se pretende estabelecer uma família e construir uma vida. 
Dado Moura

segunda-feira, 12 de setembro de 2011


FAMÍLIA: SUJEITO DA PASTORAL, DIZ PAPA


Pontífice encontra-se com casais e sacerdotes em Ancona

ANCONA, domingo, 11 de setembro de 2011 (ZENIT.org) – Bento XVI propôs em sua viagem para Ancona uma mudança de mentalidade para muitas pessoas na Igreja: é necessário que a família não seja apenas objeto da missão pastoral, mas se torne sujeito.
Esta foi a mensagem que o Papa deixou na tarde deste domingo aos casais e sacerdotes reunidos na catedral de São Ciríaco de Ancona, cidade costeira onde culminou o 25º Congresso Eucarístico Nacional Italiano.
O bispo de Roma pediu que se supere "uma visão redutiva da família, que a considera como um mero destinatário da ação pastoral".
O papa reconheceu que "neste momento difícil", certamente a família "precisa de atenção particular. Não por isso, no entanto, deve diminuir a sua identidade ou mortificada sua responsabilidade específica".
"A família é riqueza para os esposos, bem insubstituível para os filhos, fundamento indispensável da sociedade, comunidade vital para o caminho da Igreja", disse.
Por isso, na Igreja, "valorizar a família significa reconhecer a sua importância na atividade pastoral".

AJUDAR CASAIS EM CRISE É OBRA DE MISERICÓRDIA

Afirma um bispo espanhol

SAN SEBASTIÁN, segunda-feira, 12 de setembro de 2011 (ZENIT.org) – Os cristãos não podem permanecer indiferentes diante das rupturas matrimoniais e ajudar na reconciliação é uma das maiores “obras de misericórdia” necessárias na atualidade.
Esta foi a mensagem do bispo de San Sebastián, Dom José Ignacio Munilla, no último dia 8 de setembro, em uma Missa celebrada na catedral por ocasião da padroeira da cidade, a Virgen del Coro.
O prelado aludiu aos números fornecidos nessa semana pelo Instituto Espanhol de Política Familiar, segundo os quais atualmente 3 de cada 4 casamentos se rompem na Espanha.
Segundo o informe, em 2000, de cada 100 casamentos, produziam-se 47 rupturas, enquanto em 2010, de cada 100 casamentos, 75 acabavam em rupturas.
Em sua homilia, o prelado vasco pediu que não se minimizasse “a tragédia desses números”, pois “não se trata de meras estatísticas, já que, por trás destes dados frios se escondem dramas pessoais, vidas repletas de dor e também fracassadas, crianças desconcertadas, futuros incertos”.
“Vivemos em uma geração que conquistou grandes cotas de progresso; e não me refiro somente ao progresso tecnológico, mas também a muitas conquistas sociais. Mas, ao mesmo tempo, há um grande salto entre esse progresso técnico-social e a crise espiritual de que boa parte da população padece”, afirmou.
Dom Munilla garantiu que a sociedade atual sofre de “uma orfandade moral e espiritual notórias... O materialismo sufocante e a frivolidade generalizada fazem que estejamos mais necessitados de 'mãe' e de 'pai' que nunca”.
“De fato, as feridas afetivas são mais frequentes entre nós do que à primeira vista possam parecer – sublinhou. Caberia afirmar que, em nossos dias, esse ser humano que presume falsamente de autossuficiência está mais necessitado que nunca de ser acolhido com entranhas de misericórdia.”
Neste sentido, exortou os presentes a um “esforço paciente em prol da reagrupação das famílias rompidas”.
“A saúde do casal e a saúde da família estão especialmente necessitadas de 'misericórdia', isto é, da cura das feridas originadas por tantas rupturas – afirmou. Não existe maior ato de misericórdia que lutar pela unidade da família e ajudar o reencontro dos casais separados!”
“Não podemos permanecer com os braços cruzados enquanto nossos familiares, conhecidos e vizinhos fracassam em seus projetos matrimoniais. É importante que, na medida em que consideremos oportuno, nós nos ofereçamos como canais de comunicação.”
Também pediu aos políticos “iniciativas que favoreçam a estabilidade da família”. “É muito triste que se tenha chegado a identificar o conceito de 'mediação familiar' com os esforços a favor de uma ruptura pactada, ao invés de entender a mediação familiar como uma terapia para superar as dificuldades que colocam em perigo a unidade da família.”

PAPA AOS NAMORADOS: NÃO TEMER O CASAMENTO


O namoro deve ser um “caminho de fé”

ANCONA, domingo, 11 de setembro de 2011 (ZENIT.org) – O Papa Bento XVI celebrou um emotivo encontro com jovens casais de namorados na Praça do Plebiscido, em Ancona, neste domingo.
Ao se dirigir aos casais de namorados, Bento XVI os convidou a considerar o namoro como “um itinerário de fé” e a não ter medo de assumir as responsabilidades que o matrimônio cristão implica.
“A Eucaristia – disse o pontífice –, dom de Cristo para a salvação do mundo, indica e contém o horizonte mais verdadeiro da experiência que vocês estão vivendo: o amor de Cristo como plenitude do amor humano”.
“A experiência do amor tem dentro de si a tensão para Deus”, disse. Ele pediu que os jovens façam do tempo de preparação ao casamento “um itinerário de fé”.
“Redescubram em sua vida de casal a centralidade de Jesus Cristo e do caminhar na Igreja”. “Não descuidem da importância vital deste encontro; da Eucaristia brota o sentido cristão da existência e uma forma nova de viver”.
“Não tenham medo de assumir a comprometida responsabilidade da eleição conjugal; não temam entrar neste ‘grande mistério’, no qual duas pessoas se tornam uma só carne”.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

MaterCare International


A FAVOR DA MATERNIDADE, CONTRA DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO


Inaugurada em Roma a conferência do “MaterCare International”

ROMA, quinta-feira, 1º de setembro de 2011 (ZENIT.org) – A organização de profissionais católicos no campo da obstetrícia MaterCare International inaugurou ontem sua 8ª Conferência Internacional em Roma, com o patrocínio da Academia Pontifícia para a Vida e a contribuição da Federação Mundial de Associações Médicas Católicas (FIAMC).
Esta organização internacional, que se reúne nestes dias no Instituto Maria SS. Bambina de Roma, tem como objetivo o serviço à cultura da vida nos contextos em que esta corre maiores riscos, nas áreas de crise, nas quais as mães e seus filhos são descuidados ou abandonados.
O simpósio trata sobre como proteger a dignidade desta profissão em um contexto em que a família humana mais fraca parece ameaçada por uma cultura que nega seu valor e uma prática obstétrica ligada a um conceito de saúde reprodutiva entendida como a afirmação de novas tecnologias.
Bogdan Chazan
“O objetivo da conferência – afirmou Bogdan Chazan, do hospital Santa Família de Varsóvia, professor de obstetrícia e ginecologia – é identificar os problemas e sugerir soluções.”
“Ainda que na Índia todas as religiões tenham em grande consideração a maternidade e a sua dignidade – afirmou em sua saudação Dom Thomas Dabre, bispo de Poona, no estado de Maharashtra –, as mulheres e as mães sofrem enormemente pela persistência de uma difundida discriminação de gênero.”
Registra-se “um crescente abuso das amniocenteses: os médicos usam o diagnóstico pré-natal do sexo com o objetivo de abortar fetos e embriões femininos (…). Maridos e mulheres consentem e isso explica por que, em alguns lugares da Índia, há menos meninas que meninos”.
“Na Índia – recordou o prelado –, 300 milhões de pessoas são verdadeiramente pobres. Vivem com um dólar por dia e não estou exagerando.” Como consequência, “muitas mulheres estão desnutridas e em muitos lugares não há facilidades para as mulheres grávidas, que se veem obrigadas a trabalhar”.
“A Igreja – concluiu o bispo de Poona – está comprometida em ajudá-las, mas precisa da contribuição de programas específicos.”
MaterCare, já antes muito comprometida no Haiti, após a catástrofe humanitária causada pelo terremoto de janeiro de 2010, está levando a cabo um desses programas em Isiolo, um distrito no centro do Quênia que se estende até as fronteiras com a Etiópia e a Somália.
Lá, a associação, em colaboração com o vicariato apostólico de Isiolo, está construindo um hospital com 15 camas, para oferecer serviços obstétricos que ajudem a combater a alta taxa de mortalidade das mães e dos seus filhos.
“A de Isiolo – explicou a ZENIT o bispo local, Dom Anthony Ireri Mukobo – é uma região semiárida, onde atualmente há uma seca que provocou uma enorme carestia.”
“As mulheres – explicou Dom Mukobo – são as que mais sofrem por esta situação, porque é tarefa sua buscar a água e elas têm de ir cada vez mais longe.”
A população é em grande parte nômade e precisa de capim para alimentar o gado; a sobrevivência, se a seca continuar, “estará ligada às ajudas da Igreja, que as busca entre seus amigos e que às vezes obtém algo do governo”.
“Nossa esperança – concluiu o bispo – é que, em outubro, as chuvas voltem a a vida renasça.”
(Chiara Santomiero)