quarta-feira, 19 de outubro de 2011


O casamento

Minha felicidade depende desta pessoa com a qual me encontrei

Os noivos vêm à Igreja para se casar diante de Deus e da comunidade cristã, pois sentiram que esse amor que nascia se oferecia como uma promessa de felicidade.


Foi tão profunda a experiência de amor, que o casal decidiu fazer com que durasse para sempre. 
Então, cada um diz a si mesmo: "Minha felicidade depende desta pessoa extraordinária com a qual me encontrei. Percebo que sem ela eu não posso crescer, não posso ser feliz; necessito dela. Por isso quero unir minha vida a dela.

Iniciam o caminho do matrimônio, cheios de esperança. Mas o que significa o sacramento do matrimônio para a história de amor que estão vivendo?
Penso que a grande maioria dos casamentos cristãos não tem muito claro esse significado. Existe muito de costume, de rotina e até de pressão familiar nisso. Muitos creem que o casamento não é mais que uma simples bênção do próprio amor – assim como se abençoa um automóvel ou uma medalhinha – para que Deus os proteja e não lhes suceda nenhum mal.

Eu sei que esse não é o conceito que vocês têm deste sacramento, porque o verdadeiro sentido do matrimônio cristão é que, através dele, o Senhor faz algo com o amor, modificando-o. Deus o faz diferente do que era quando entraram na Igreja.

Algo semelhante aconteceu na Última Ceia, quando o Senhor transformou o pão em Seu Corpo. O pão continuou parecendo pão, mas já não o era, mas sinal de que lá está o Corpo de Cristo.

A mesma coisa faz o Senhor com o amor no dia do casamento. Deus toma o amor dos noivos e o transforma em sinal e em presença de Seu próprio amor divino.
O amor continua sendo o mesmo, mas ao mesmo tempo é mais, assim como a hóstia consagrada é mais do que pão. O amor do casal recebe a missão de ser sinal e reflexo do amor de Deus entre os homens.


No sacramento do matrimônio, os noivos vão aceitar essa missão. Vão dizer ao Senhor: "Sim, aceito que meu amor se transforme em reflexo do Seu".
Quero amar meu cônjuge não segundo meus desejos, mas tratar de amá-lo como o Senhor ama a Igreja, como Ele ama a humanidade inteira, como ama cada ser humano.

No profundo de seu coração, eles dirão um ao outro: "Eu o aceito como a pessoa por meio da qual Cristo vai se aproximar de mim. Eu sei que o Senhor se aproxima de mim através de muitas coisas, de muitas pessoas e acontecimentos, mas, ao me casar com você, eu o aceito como o grande caminho pelo qual Cristo vai se aproximar de mim.

Cada um se aceita e se doa ao outro como lugar privilegiado de encontro com o Senhor. Cada um se transforma para o outro em santuário vivo, onde encontra Cristo. O rosto da esposa e do marido se transformam no rosto de Cristo: rosto cheio de amor, de ternura, de generosidade, entrega e fidelidade. Por isso, Deus os chama a se transformar em sinais permanentes de amor em sacramentos vivos.

O importante da cerimônia do casamento não é o vestido da noiva nem a quantidade de convidados, mas o encontro profundo com o Deus do amor.
No livro do Apocalipse e na tradição cristã há uma imagem muito bonita, que é a imagem de Cristo como sol. Sabemos que o sol é a fonte de luz, de calor e de vida.
Jesus é nosso sol, porque Seu amor ilumina, esquenta e vivifica nossa existência. E isso significa o quê? Cada um há de ser Sol de Cristo para o outro: dar-lhe luz, calor e a vida que necessita para crescer.

Vocês se casam, porque cada um descobriu que o outro era seu sol; porque o encontro com o outro o fez sentir feliz, seguro, aceito. Então, decidiram se casar para seguir sendo sol do outro, para continuar doando, mutuamente, essa luz.
Queridos irmãos, peço a Deus e a Santíssima Virgem, Mãe do amor bonito, que cada um seja Cristo para o outro, seja sol de Cristo para o outro.
Pe. Nicolás Schwizer

CURIOSIDADE


19/10/2011 13h41 - Atualizado em 19/10/2011 13h41

Depois de 72 anos de união, casal morre 

de mãos dadas nos EUA


Gordon e Norma Yeager morreram no hospital após acidente de carro.
Segundo os filhos, um não saberia viver sem o outro.

Do G1, em São Paulo

Um casal do estado americano do Iowa que ficou casado durante 72 anos morreu de mãos dadas no hospital na semana passada, segundo a família.
Gordon e Norma Yeager morreram com uma diferença de uma hora um do outro.
A história deles começou na escola secundária. No dia da formatura, Norma Stock aceitou a proposta de casamento de Gordon.
casal 1 (Foto: Reprodução de vídeo)Gordon e Norma Yeager (Foto: Reprodução de vídeo)
Eles se casaram em 26 de maio de 1939. Tiveram uma vida realizada e quatro filhos.
"Ficar juntos por 72 anos é bom, eu diria que é excepcional", disse a filha Donna Sheets à TV local KCCI.
Acidente
Outro filho, Dennis Yeager, disse que o casal saiu de casa na quarta-feira passada, de carro, para ir ao centro da cidade de Marshalltown.
Mas, em uma esquina, o carro deles se chocou com outro que vinha em sentido contrário.
Eles foram hospitalizados na unidade de tratamento intensivo do hospital Marshalltown, no mesmo quarto, lado a lado, e ficaram de mãos dadas.
Gordon morreu às 15h38, de mãos dadas com Norma. Ela ficou segurando a mão dele até também morrer, uma hora depois. Eles estavam cercados pela família.
"Nenhum deles gostaria de ter sobrevivido ao outro", disse a filha Donna. "Eu não conseguia imaginar como isso ia ser. Nós fomos muito abençoados, honestamente, por eles terem morrido assim."
"Eles amavam estar juntos", completou Dennis.
No velório, nesta terça-feira (18), Norma e Gordon continuavam de mãos dadas no caixão.
Eles seriam cremados e teriam suas cinzas misturadas, segundo a família.
a (Foto: Reprodução de vídeo)a Gordon e Norma em foto antiga (Foto: Reprodução de vídeo)

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

CONTROLE DE NATALIDAE


KERALA E CONTROLE DA NATALIDADE NA ÍNDIA


A Igreja rejeita um projeto contra as famílias numerosas

Por Paul De Maeyer
ROMA, quinta-feira, 13 de outubro de 2001 (ZENIT.org) – Por enquanto é só um projeto de lei, mas já está levantando grande polêmica no estado indiano de Kerala. 
Kerala Women's Code Bill 2011, entregue recentemente ao ministro-presidente daquele estado meridional, Oommen Chandy, foi preparado por uma comissão governamental dirigida por Vaidyanathapura Rama Krishna Iyer, 
ex-juiz do Tribunal Supremo de Nova Delhi e natural de Kerala, e pretende limitar o número de filhos que as famílias podem ter em no máximo dois.
O organismo em questão, a Commission on Rights and Welfare of Women and Children, criado em 2010, propõe, por exemplo, sancionar com multa de 10.000 rúpias (aproximadamente 500 reais) ou pena de três meses de prisão o pai que tiver um terceiro filho.
 As famílias com mais de dois filhos serão excluídas de certos benefícios ou serviços sociais e perderão o direito de concorrer em eleições locais, como a dos conselhos dos povoados ou “panchayat”. Serão consideradas, além disso, “pessoas não qualificadas legalmente” (The Times of India, 25 de setembro).
A futura lei sugere mais facilidades para o acesso aos anticoncepcionais e ao aborto gratuito e prevê incentivos financeiros para os casais que decidirem adiar o matrimônio e o nascimento do primeiro filho, com a proposta inédita de sancionar as famílias que têm três filhos ou mais. A iniciativa tem como alvo as religiões, cujos líderes não poderão incentivar os nascimentos. “Nenhuma pessoa utilizará a religião, seita, casta, culto ou outros incentivos para ter mais filhos”, dizem as recomendações da Comissão Iyer (The Times of India, 25 de setembro).
O projeto de lei, definido como “draconiano” pelo padre Shenan J. Boquet, presidente de Human Life International (LifeNews.com, 29 de setembro), suscitou uma onda de reações negativas, em particular dos chefes muçulmanos e cristãos de Kerala.
 Contundente foi também o “não” da minoria cristã de Kerala, a mais importante do país. Segundo o porta-voz da Conferência Episcopal de Kerala (KCBC), padre Stephen Alathara, a proposta tenta “minar os valores da família e dividir a sociedade (UCA News, 27 de setembro), além de ser “antidemocrática e violar os direitos dos progenitores”.
A Igreja católica de Kerala lançou uma série de iniciativas de apoio aos nascimentos e às famílias com mais de dois filhos, como mensalidades escolares reduzidas para o terceiro filho e educação gratuita a partir do quarto (a Igreja gerencia um quarto das 14.000 escolas de Kerala). Em agosto, começou um novo programa que prevê, com a ajuda do Sion Prolife Movement, a entrega de 10.000 rúpias em forma de certificado de depósito de prazo fixo para cada quinto filho ou filha que nasce em uma família.
Na batalha aberta com o governo local, a KCBC organizará em 14 de novembro, na cidade de Kochi (ou Cochim), uma grande reunião de famílias numerosas católicas. “O objetivo principal da manifestação é difundir a mensagem da vida e de que uma família grande é uma família feliz”, disse um porta-voz, Sabu Jose Chekkontheyil (UCA News, 3 de outubro). “Mais de 5.000 famílias numerosas de todo o estado e de três ritos diferentes participarão no evento”, antecipou. “Será a primeira vez que organizamos um evento desta magnitude para transmitir a mensagem de que uma família numerosa é uma bênção e não um peso”.

A Igreja tem bons motivos para incentivar os nascimentos. A porcentagem de cristãos em Kerala tem sofrido, nas últimas décadas, uma diminuição lenta mas contínua, como demonstram os censos de 1991 e 2001. 
Enquanto em 1991 os cristãos eram 19,5% da população de Kerala, uma década depois eram 19%. Hoje, segundo estimativas de Dom Anikuzhikattil, são em torno de 17%.
“Numa situação como esta, a Igreja não pode se tornar um espectador silencioso”, disse o bispo ao National Catholic Register (3 de outubro). “Quando houver só duas crianças por família, o número de vocações cairá com certeza”, declarou, referindo-se ao fato de que, com um sacerdote ou religiosa para cada 60 católicos, Kerala é um autêntico “jardim vocacional” da Igreja na Índia.
A comunidade cristã teme o crescimento demográfico da minoria muçulmana de Kerala. A taxa de fecundidade entre os muçulmanos do estado é de 2,97 filhos por mulher, contra 1,66 das mulheres hinduístas e 1,78 das cristãs. Enquanto os muçulmanos constituem, com 140 milhões de pessoas, quase 13% da população indiana, os cristãos representam menos de 3%. “Dentro de 15 anos, Kerala será um estado de maioria muçulmana, já que só os hinduístas e os cristãos seguem as severas normas do planejamento familiar. É perigoso”, advertiu, já em 2005, o então arcebispo maior de Ernakulam-Angamaly dos sírio-malabareses de Kerala, o cardeal Varkey Vithayathil, falecido no último abril (Daily News & Analysis, 28 de setembro).
Para o diretor do Indian Institute of Christian Studies, em Palai, a proposta da Comissão Iyer é “uma controvérsia e recomendação não desejada”. “Se o governo quer o controle da população no estado, deveria realizá-lo através de um programa de sensibilização e de educação”, disse aDaily News & Analysis, embora não aceite as iniciativas da Igreja para incentivar os nascimentos. Também o escritor e colunista Paul Zachariah mantém que o governo de Kerala deveria ignorar as conclusões da comissão. “Não é mais do que uma infame violação dos direitos fundamentais. Se querem reduzir a taxa de natalidade, existem outros modos”.
Lacônica, porém, foi a reação do ministro-presidente de Kerala, Oommen Chandy, ao “não”. “O governo tomará sua decisão depois de consultar todos os grupos. Tomamos nota dos protestos”, declarou (UCA News, 27 de setembro).