sábado, 16 de abril de 2011

Porque casais amasiados não podem comungar?


Atualmente muitos casais vivem em segunda união, ou seja, foram casados uma vez na Igreja e depois se separaram e se uniram a outra pessoa somente no civil, isto porque não podem casar na Igreja, outros porém, vivem juntos sem o casamento civil e sem o Sacramento do Matrimônio, são os casais solteiros que tem condições de celebrarem o Sacramento do Matrimônio e casarem no civil.



Por que casais que já casaram na Igreja não podem casar outra vez na Igreja?
Porque não é o Padre, o Bispo ou o Papa que faz tal restrição, e sim a Bíblia, em Gen 2,24 está escrito, "por isso o homem deixará pai e mãe para se unir à sua mulher; e os dois serão uma só carne", e em Mt 19-6 Jesus completa, "Portanto, já não são dois, mas uma só carne. Pois bem, o que Deus uniu, não separe o homem".
Neste único versículo Jesus deixa bem claro a indissolubilidade do Sacramento do Matrimônio.
Nos versículos seguintes os fariseus indagam a Jesus como Moisés deu a carta de divórcio, o que Jesus respondeu; por causa da dureza dos vossos corações, mas no princípio não foi assim. Este princípio que Jesus refere, é justamente o que Deus preceituou em Gen 2, 24.
Aqui vale uma explicação mais detalhada para os casais que vivem juntos, divorciados, recasados e ou segunda união, para que possam compreender melhor sua participação e posição perante a Igreja:
Todos nós sabemos que a Igreja, fundada por Jesus Cristo, justamente para conduzir todos à salvação, é como mãe piedosa, misericordiosa, não abandona seus filhos que por algum motivo, mesmo unidos pelo vínculo indissolúvel do sacramento do matrimônio, fez uma nova união. 

E, o saudoso Santo Papa, João Paulo II, o Papa da família, como é chamado, deixou uma orientação bem clara sobre a situação de casais de segunda união, que está contida na Exortação Apostólica "FAMILIARES CONSORTIO", (Família e Matrimônio), feita em 1980.
Nesta Exortação ele diz:

Todos os pastores e a comunidade dos fieis devem ajudar os divorciados, recasados e os que vivem juntos sem vínculo quer seja religioso ou cível, procurando, com caridade para que eles não se sintam ou considerem separados da Igreja, devendo participar da vida da mesma, devem ouvir a Palavra de Deus, a freqüentar o Sacrifício da Missa, a perseverar na oração, ajudar as obras de caridade, a educar os filhos na fé cristã. Daí concluímos que tanto a Igreja como todos da comunidade temos que ser misericordiosos sustentando-os na fé e na esperança.
Há algumas restrições que estes casais têm que cumprir, por exemplo, não podem participar da Sagrada Eucaristia, pois contrariam a indissolubilidade do matrimônio, "Todo aquele que repudiar sua mulher e desposar outra comete adultério contra a primeira, e se essa repudiar seu marido e desposar outro comete adultério" (Mc 10,11-12), mesmo se um dos cônjuges não teve culpa da separação, só poderão participar da eucaristia se permanecerem castos, ou seja, sem ter relações amorosas com outro (a).
                     Toninho e Rosélia - Setor Casos Especiais da Pastoral Familiar






O QUE É NECESSÁRIO PARA ESTAR EM COMUNHÃO COM JESUS NA EUCARISTIA?


Em que consiste o ato de comungar? 


O que é necessário para estarmos em comunhão com Jesus na Eucaristia que celebramos?


Talvez muitos ainda sigam o caminho da reflexão da catequese superada pelo Vaticano II, pensando que, para estarmos em comunhão com Jesus na Eucaristia, o principal é estarmos sem pecado, indo às missas aos domingos e dias santos... se ainda pensamos assim, nossa visão eucarística está muito presa à lei do puro e do impuro criticada por Jesus junto dos fariseus (Confira Mt 9, 9-17).


A partir da relação de Jesus com o ser humano, descobrimos que, para estar em comunhão com Jesus, é preciso ter um coração misericordioso e compassivo para consigo mesmo e para com o próximo. 





Pois só um coração dilatado pelo amor ao próximo como a si mesmo será capaz de acolher a boa nova de Jesus e estar com ele no dia-a-dia.




Quem se julga melhor do que o outro não consegue estar em comunhão com o Mestre. 


Pois quem julga saudável não precisa de remédio. 


Quem se vê santo não precisa de alimento para pecador (a Eucaristia). 


E quem se acha puro não consegue misturar-se com os impuros. 


Portanto, comer o Corpo de Cristo é muito mais do que recebe-lo na fila de comunhão, cumprindo, assim, o preceito dominical de “ir à missa aos domingos e dias santos”, para não estar em pecado.


Pela graça do Batismo, para comungarmos do Corpo de Cristo, precisamos estar com Ele. 


Desejar segui-lo com nossa vida. Vendo o mundo com os olhos dele. 


Sentindo os que estão ao seu redor como ele sentiu.


Acolher o outro como ele os acolheu... E amou-os até o fim.


Comungar é tornar viva a aliança em Jesus, razão de nossa esperança.



 Se comungarmos apenas por medo do inferno, para “guardarmos os domingos e festas”, ou seja, para cumprirmos a lei, na verdade corremos o risco de estarmos, de fato, comungando a nossa “própria condenação”, pois estaremos vivendo uma religião da opressão, geradora de esquizofrenias (Psicose em que o doente perde o contato com a realidade, e vive num mundo imaginário que para si próprio criou). Uma religião sem vida, sem esperança e sem amor, que não promove a vida pessoal, comunitária e universal corre sério risco de ficar estéril.


Jesus sempre impulsionou aqueles que souberam amar, perdoar, acreditar, viver uma religião libertadora dos males. 


Ao contrário, ele também disse que não são aqueles que dizem ‘Senhor, Senhor’ que entrarão no Reino do Céu, mas sim aqueles que fazem a vontade do Pai (Mt 7, 21). O que é à vontade do Pai, senão que todos se amem, tenham vida, promovam a justiça e a paz?


Portanto, ao invés de ser um cristão injusto, desumano, corrupto, explorador, incapaz de sentir a dor do outro e de amá-lo, é melhor então ser um ateu justo, humano, que promova a paz, respeitando e amando o seu próximo.





Esses ateus, com certeza, estarão muito mais próximos da comunhão com Cristo do que aqueles que não se deixam afetar pelo Corpo e Sangue do Senhor recebidos em cada Eucaristia celebrada. Pois vivem a essência do cristianismo, mesmo sem conhecer Jesus Cristo.

Que esse momento em nossa paróquia seja estendido ao longo da vida de todos aqueles que estão recebendo Jesus Eucarístico pela primeira vez. 


Lembrem-se: Receber a comunhão nos pede muito compromisso com o projeto de vida do Cristo vivo presente no meio de nós.
Carinhosamente o irmão em Cristo!
Pe. Ademário Ledo


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